quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Salvador-BA - Fundação Casa de Jorge Amado

SALVADOR - BAHIA

Fundação Casa de Jorge Amado

A Fundação Casa de Jorge Amado ocupa o casarão que fica de frente para o Largo do Pelourinho, em Salvador, Bahia. É uma instituição cultural com várias atividades e um núcleo de pesquisas, com documentação sobre o próprio Jorge Amado, Zélia Gattai e a literatura baiana, aberta à visitação e dando destaque a cursos, seminários, oficinas, ciclos de conferências, palestras, lançamentos de livros e discos, exposições, com enfoque nos temas literários, artísticos e das ciências humanas.

A Fundação
A Fundação Casa de Jorge Amado é uma organização não-governamental e sem fins lucrativos cujo objetivo é preservar, pesquisar e divulgar os acervos bibliográficos e artísticos de Jorge Amado, além de incentivar e apoiar estudos e pesquisas sobre a vida do escritor e sobre a arte e a literatura baianas. A Casa de Jorge Amado tem também como missão a criação de um fórum permanente de debates sobre cultura baiana – especialmente sobre a luta pela superação das discriminações raciais e sócio-econômicas.
A sua criação contou com a colaboração fundamental do próprio Jorge Amado e sua esposa, Zélia Gattai, e da escritora Myriam Fraga – até hoje à frente da Fundação.
Para manter viva a memória do escritor – que já teve seus livros traduzidos para 49 línguas e publicados em 55 países – desde que foi inaugurada, a Casa de Jorge Amado conta com uma exposição permanente de documentos, fotografias, livros, suas apropriações populares, adaptações e objetos relacionados. Também estão expostos prêmios recebidos por Jorge e fotos tomadas por Zélia Gattai, documentando o dia-a-dia do autor.
Complementarmente, para atender à carência de um movimento editorial na Bahia, dinamizar a literatura e fomentar a revelação de novos escritores, foi criado o Projeto Editorial Casa de Palavras, que já conta com 142 publicações. Também são objetivos da Fundação Casa de Jorge Amado apoiar e incentivar estudos sobre as letras baianas, debater a realidade brasileira e dinamizar a literatura.

Histórico
Em 1982, Jorge Amado comemorou 70 anos de idade e 50 anos de literatura. Naquela época, algumas instituições, no Brasil e no exterior, faziam pressão para que o escritor doasse seu acervo literário, a fim de que este pudesse ser melhor preservado e estudado. Contudo, sua esposa, a também escritora Zélia Gattai, se opunha à idéia, afirmando que o acervo pertencia aos baianos e, portanto, deveria permanecer na Bahia.
Dois anos mais tarde, Myriam Fraga trouxe à tona, novamente, a questão da necessidade de se fundar uma casa que guardasse o acervo de Jorge. A Universidade Federal da Bahia, cujo reitor era então Germano Tabacof, se propôs a iniciar a tarefa de organizar os documentos – num trabalho de reconhecimento, catalogação e preparação do acervo –, que até este momento estavam guardados na casa do escritor, no bairro do Rio Vermelho, em Salvador. Os responsáveis eram uma equipe de professores da Escola de Biblioteconomia da UFBA.
O acervo era realmente importante, embora grande parte dos documentos, anteriores a 1950, tivesse sido destruída, não só em razão das perseguições políticas durante o regime do Estado Novo, como também pela sua natural dispersão durante os anos de exílio.
Em 1986, foi criada a Fundação Casa de Jorge Amado, que seria inaugurada em 07 de março de 1987. A festa de abertura durou o dia inteiro. Teve início às 11h com o discurso do presidente José Sarney. O abade do Mosteiro de São Bento, D. Timóteo Amoroso Anastácio, realizou a bênção católica das instalações e o babalorixá Luís da Muriçoca procedeu à limpeza da Casa, com incenso e folhas sagradas. À tarde, ocorreu o padê, cerimônia que abre as obrigações do candomblé, da qual participaram algumas das mais importantes casas-de-santo da Bahia através de seus representantes.
À noite, uma grande festa reuniu, em um show memorável, grandes artistas: Zezé Motta, Grande Otelo, Batatinha, Riachão, Gereba e Bebel Gilberto, Afoxé Filhos de Gandhy, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dorival Caymmi, Edil Pacheco, Geraldo Azevedo, Moraes Moreira e Waltinho Queiroz. A atriz baiana Nilda Spencer foi responsável por comandar a festa, à qual compareceram mais de 20.000 pessoas. “(...) Assisti de uma janela ao começo da festa, não tive condições de ficar até o fim, o coração tem seus limites”, Jorge Amado.

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